quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Música: Sábado de sol no Jardim Tonato (Detecção)


Confiram a versão final de nossa música produzida após a Detecção Massiva que aconteceu em maio deste ano. Buscamos exteriorizar o turbilhão de emoções, pensamentos e visões em uma produção artística. Carandá, Lourenço e a produtora cultural “A Banca”, juntos viemos com uma música que busca traduzir o que sentimos naquele “Sábado de sol no Jardim Tonato”:




"Do centro de São Paulo parte um busão
50 consciências e uma missão
Conhecer o outro lado da história feliz


A cidade que é tão rica mas se contradiz
É sábado de sol no Jardim Tonato
O cenário de miséria gera grande impacto
Barracos, botecos, sujeira e terra


Na periferia a lei do cão impera
Meninos e meninas de olho azul
Andam pra cima e pra baixo, de Norte à Sul
Fazendo perguntas
Entrando nos barracos
Olhares assustados, eles juntam os cacos


Da minha realidade eles não sabem nada
Moram em bairros nobres longe da quebrada
Eles vêm do conforto e querem o que?
A mulecada da quebrada foi quem quis saber


Entre os sons, meu bom, o que vale é humanidade
Só estamos separados pelas pontes da cidade
Somos todos iguais, e preste atenção
Estamos aqui em busca de união."


OUÇA A MÚSICA!
CLICANDO NESTE LINK:

http://soundcloud.com/tiagonups/pontes-da-cidade




Maria Elisa Savaget


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Casa do Zezinho


CASA DO ZEZINHO, futuros parceiros






No dia 3 de setembro de 2011, o NUPS expandiu mais ainda as suas fronteiras. Fomos a um seminário de apresentação de projetos de uma casa de cultura muito utilizada pela comunidade, chamada Casa do Zezinho (conheça o projeto: http://www.casadozezinho.org.br/). Esta casa é um centro de educação para crianças e jovens de um bairro da extrema zona sul, no Capão Redondo, proximidades de Santo Amaro.
O projeto inicial era ocupar crianças durante o período de trabalho dos pais, para que não ficassem na rua ou em atividades inadequadas. A incrível Tia Dag teve essa iniciativa e hoje conta com centenas de jovens e crianças, diversas aulas de arte, música, moda, gastronomia e comunicação visual. Este último projeto nos encantou. A galerinha animada da Zzine (fanzine da casa) nos recebeu de braços abertos. Assistimos a apresentação do trabalho, que foi comovente pela percepção que tivemos do envolvimento dos jovens. (veja o making off desta produção: http://www.youtube.com/watch?v=ZpstlueOr88).
Além de conhecer essa equipe de redação que não deixa nada para trás, assistimos o depoimento de um exemplo para a comunidade. Quem antes era um ícone de vida no caminho errado, hoje é professor de literatura, escritor – sonho seu desde criança – e ainda autor de um projeto para a erradicação do uso de drogas na escola em que estudava no ensino fundamental, lugar de onde foi expulso no passado por mau comportamento. Este é o chamado Nenê. Não houve quem não chorasse ouvindo essa história, que em breve queremos tê-la documentada para apresentar aqui.
Para fechar, de maneira melhor impossível, criamos mais uma parceria. Esta é com os redatores da Zzine, que para a realização de uma matéria chamada “E se eu fosse você?”, virão visitar a Lourenço por um período e comparar o cotidiano de uma escola pública com o de uma particular de alto nível. Logo a teremos publicada! O dia se encerrou em grande estilo, com os Zezinhos (assim são chamados os alunos da casa) tocando música erudita, seguidos pela banda de Rock, também composta pelos alunos.

                                               Itamize Oliveira.

LINKS DO TEXTO






#euvotodistrital


Na grande cidade de São Paulo encontra-se grande diversidade. Tanto em quantidade, quanto em qualidade. Em algumas ocasiões, a diversidade típica dessa grande metrópole é o que a enriquece, mas em outras, é o que faz dela uma cidade motivo de vergonha aos seus moradores que tem consciência do que é ter uma vida digna.
Mas o assunto de tal texto é mais do que exibir de forma clichê a tão conhecida e pouco discutida desigualdade em São Paulo. Pretendemos mostrar que isto não é, para muitos, motivo de desistir, muito menos de deixar os sonhos morrem, ou a arte morrer.        
Talvez, não seja de conhecimento geral que existem talentos riquíssimos dentro das favelas da nossa cidade, que julgamos conhecer tão bem. Muitos enchem peito a dizer sobre o amor à cidade. Mas ama de verdade aquele que luta para que ela seja a ideal, invejada, desejada e copiada por seus bons exemplos.
É este tipo de disposição, de mudar toda uma realidade, que encontramos em muitos moradores de bairros humildes da zona sul, como Jardim Ângela, Jardim Nakamura, Jardim Kangohara, Jardim Bolônia, e tantos outros. Certamente, ao tentar ler estes nomes em voz alta, eles viraram trava-línguas. Não se assuste, acontece com quem nunca os pronunciou ou ouviu falar de sua existência. O fato é que lá se encontram jovens usando a arte de rua, rap, hip hop e grafite, para encontrar suas origens, entender de onde vieram seus pais, já que seus sobrenomes não ajudam nessa parte. E é por meio disso tudo que eles aprendem a rimar, fazer poesia e buscar sobre o seu passado.
          


Ver reportagem completa