sexta-feira, 10 de junho de 2011

Centro Cultural Monte Azul

Logo ali, depois da ponte



No último dia três, nós alunos da Lourenço Castanho rompemos barreiras mais uma vez e fomos a campo para conhecer novas pessoas, uma nova realidade. Visitamos um Centro Cultural, localizado na periferia da cidade, um bairro chamado Monte Azul. A começar pelo caminho, absolutamente diferente para a grande maioria, o dia foi marcado por diversas surpresas muito agradáveis e experiências inesquecíveis.
    O NUPS tem como objetivo promover a sociabilização entre os mais variados tipos de pessoas, em especial, levando os alunos do nosso colégio a entrar em contato com todos os tipos de diferenças. A proposta de visita, feita pelo professor Ednílson Quarenta, que leciona História para o segundo ano do ensino médio, foi prontamente aceita pelo professor coordenador do nosso projeto Tiago Ferreira, que imediatamente mobilizou a escola para que tudo corresse bem. O objetivo foi: alunos da Lourenço passam uma tarde em um encontro com a arte, e com os alunos da Escola Estadual Mário Rangel, onde o professor Ed (assim Ednílson é chamado por nós aqui no ensino médio) também dá aulas, selecionou dez de seus melhores alunos para participarem destes momentos.
        Um projeto tão bem arranjado não poderia dar em outra coisa. Foi um sucesso. A tarde foi mais produtiva do que esperávamos. Ao chegar, fomos surpreendidos por um ambiente educador, com a essência do que há de mais belo: o prazer de ensinar e aprender. Apesar de simples e humilde, o que não falta naquele Centro é foça de vontade e criatividade. Com um projeto para a educação de jovens e adultos, aquela unidade recebe crianças de nove a treze anos, ensinando-as desde música, até artesanatos e pinturas.
        A atividade consistiu em uma análise do quadro Guernica, de Pablo Picasso, seguida de discussões sobre o mesmo, além de dois tipos de releituras: uma imediata, feita com crayon por cada um dos grupos, formados de forma mista entre alunos Lourenço e Rangel, que ali não recebiam qualquer diferenciação. A segunda, feita um ambiente inspirador (o anfiteatro do local, também usado para dar oficinas de pintura às terças-feiras pela noite), fizemos uma “versão feliz” do quadro, em grandes dimensões, desenhada pelos professores do anfiteatro com carvão. A pintura, muito colorida e misturada, foi um sucesso. Com um trabalho em equipe realizado com facilidade por todo o grupo, o resultado final foi um lindo e contente quadro, que será finalizado pela equipe do local. O trabalho fluiu ao som do piano por Mariana Carvalho, que animou o grupo, e a aluna Maria Elisa Savaget dançou ballet ao som feito pela colega. Além da pintura, deixamos de lado qualquer espaço imposto pela sociedade, até mesmo pelo lugar onde moramos ou pela posição social.

       Atividades como esta têm várias faces que podem ser exploradas. Existe o a nossa face, que é a de conhecer uma nova realidade, diferente do ciclo que frequentamos, abrindo o olhar e a mente para perceber que o mundo não se restringe ao nosso próprio bairro ou às nossas atividades rotineiras. A dos alunos do Mário Rangel, que quebraram muitos estereótipos e tiveram mais contato com a arte, tendo a formação de um olhar crítico a partir de um quadro, direcionado por uma equipe de profissionais que também tem a sua face, que é a de conhecer pessoas interessadas em conhecer, independente do que ou onde vivem. Pessoas que tiveram em uma tarde uma experiência que muitas outras levam anos para viver. E como não bastassem todos os benefícios pessoais que tivemos, proporcionando crescimento próprio, ainda tivemos um lindo quadro de resultado, que em breve estará em exposição no nosso colégio.

                                                                          Itamize Oliveira